Como a representação injusta levou à criação de um estúdio de cinema chinês em Nova York

Em homenagem ao Mês da Herança Asiático-Americana e das Ilhas do Pacífico, estamos relembrando como a representação injusta nos primórdios de Hollywood levou à criação de um dos primeiros estúdios cinematográficos sino-americanos do país.

Sandy Lee pode traçar a história de sua família na América até o final da década de 1860. Na década de 1880, seus ancestrais se mudaram de São Francisco para se estabelecer na Chinatown de Nova York e abriram um negócio na 31 Pell St.

O mesmo prédio agora é uma seguradora , ainda de propriedade de sua família.

Seu avô, Harold Lee, tornou-se um próspero empresário na virada do século passado.

"Ele tinha uma mercearia. Tinha uma loja de curiosidades. Começou a trocar dinheiro e isso virou moeda estrangeira", disse ela.

Na década de 1920, os líderes chineses escreveram ao Conselho Nacional de Revisão de Filmes, decepcionados com mais uma representação injusta de sua comunidade no cinema.

"As representações de chineses e asiáticos no início de Hollywood eram realmente unidimensionais e muito degradantes", disse Herb Tam, Diretor de Exposições do Museu dos Chineses na América .

Em resposta, o conselho disse-lhes que fizessem seus próprios filmes se quisessem mudar estereótipos. Foi então que Harold e seu tio Lee Kee Do fundaram e financiaram a Great Wall Film Company em 1921.

"Na década de 1920, eles tinham uma população pequena aqui, mas ainda sentiam saudades de cultura, cinema e arte", disse Lee à repórter do Brooklyn, Hannah Kliger.

As ruas da cidade podem parecer quase irreconhecíveis mais de 100 anos depois, mas pesquisadores afirmam que o IS 281 Joseph B. Cavallaro, na Cropsey Avenue, em Gravesend, agora ocupa o local do antigo estúdio. Alguns de seus primeiros filmes, distribuídos nos EUA e na China, foram filmados no sul do Brooklyn.

"A empresa cinematográfica criada pela família Lee realmente reflete uma mentalidade de 'faça você mesmo' e um empreendedorismo dentro das comunidades sino-americanas", disse Tam.

O estúdio acabou se mudando para Xangai, produzindo cerca de duas dúzias de filmes em uma década. Poucos ainda existem , a maioria foi perdida. A empresa fechou com o início da Grande Depressão, mas o impacto da família Lee no mundo do cinema continuou com a criação da Bolsa de Cinema Chinês de Nova York.

"Meu avô também comprou um cinema bem na Park Row... e o rebatizou de Silver Star", disse Lee. "Foi um grande negócio. Nos fins de semana, você ia ao cinema chinês."

O cinema continua no sangue da família. Uma foto da década de 1940 mostra o tio de Sandy, Henry Lee, em um caminhão de filmagem, gravando um noticiário. Entre seus descendentes, estão designers de produção cinematográfica, pesquisadores de mídia e executivos de TV, que ainda deixam sua marca no mundo da mídia.

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