Hamas já deu lista de detidos a libertar em troca de reféns

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O polémico ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, desafiou nesta quarta-feira os palestinianos ao reza no Monte do Templo, pedindo a “destruição do Hamas”. O gesto é uma violação de um acordo entre israelitas e palestinianos ao abrigo do qual há uma proibição tácita de os israelitas rezarem nesse templo em Jerusalém.
O Monte do Templo é um local sagrado em Jerusalém onde, segundo a tradição judaica, se situava o Templo de Salomão. O chamado acordo de status quo, entre Israel e a Jordânia, impede os israelitas de rezar naquele local que é sagrado para os dois lados – o que gera conflitos frequentes.
Num desafio a este acordo, Ben-Gvir – o mesmo ministro que, na semana passada, chamou “terroristas” aos membros da “flotilha humanitária” (incluindo Mariana Mortágua – decidiu rezar naquele local e fazer um discurso público logo de seguida.
“Já passaram dois anos desde o terrível massacre”, referiu Ben-Gvir em alusão ao 7 de outubro. “Todas as casas em Gaza têm uma imagem do Monte do Tempo e, agora, dois anos mais tarde, vencemos o templo, somos os senhorios do Templo”, reivindicou.
Israeli occupation minister Ben gvir:
"We are the owners of the house at the Temple Mount. I only pray that our Prime Minister will allow a full victory also in Gaza – to destroy Hamas, God willing, to bring back the hostages, and we will achieve a complete victory." pic.twitter.com/yvyJQi6UsD
— MenchOsint (@MenchOsint) October 8, 2025
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O Hamas anunciou que as listas de prisioneiros a libertar, no âmbito de um acordo de cessar-fogo, foram entregues esta terça-feira ao Egito, o país mediador da negociação em curso.
Taher al-Nunu, membro da delegação do Hamas em Sharm el-Sheikh, afirmou num comunicado que os mediadores “estão a fazer grandes esforços para ultrapassar os obstáculos à implementação do cessar-fogo” e que “existe um clima geral de otimismo”.
Segundo o responsável, as negociações centraram-se nos mecanismos para pôr fim à guerra, garantir a retirada das forças israelitas da Faixa de Gaza e avançar com a troca de prisioneiros.
“As listas foram trocadas de acordo com os critérios e números previamente definidos”, acrescentou al-Nunu, sublinhando que as conversações indiretas prosseguem com a presença de todas as partes e dos mediadores.
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O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel confirmou a interceção dos barcos que seguiam em direção a Gaza e garantiu que todos os passageiros “estão seguros e de boa saúde”. “Espera-se que os passageiros sejam deportados imediatamente”, anunciou Israel em comunicado.
Os nove navios da Flotilha da Liberdade que navegavam rumo a Gaza foram intercetados esta madrugada em águas internacionais pela Marinha de guerra israelita, que deteve os 140 participantes.
A informação foi confirmada pela organização Road to Gaza que preparou a ação dos ativistas da nova flotilha e que tinham como objetivo de romper o bloqueio israelita.
A organização disse à Agência France Presse que os veleiros “Thousand Madleens” e o “Conscience” foram abordados em águas internacionais a uma distância de aproximadamente 110 milhas náuticas da costa de Gaza.
A Marinha de guerra israelita intercetou inicialmente três dos veleiros da flotilha a 120 milhas náuticas (220 quilómetros) de Gaza e concluiu depois a operação com a interceção das restantes embarcações que compõem a segunda flotilha, que partiu de Itália no final de setembro.
*Com agência Lusa
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O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed al-Ansari, afirmou ao canal saudita Al-Arabiya que Israel terá de dar “fortes garantias internacionais por escrito” de que não irá voltar à guerra em Gaza.
Segundo o diplomata, Doha quer garantir que as negociações atualmente em curso no Egito — centradas na libertação de reféns, na troca de prisioneiros palestinianos e numa trégua temporária — conduzam à retirada israelita de Gaza, ao aumento da ajuda humanitária e ao fim definitivo da guerra.
Al-Ansari sublinhou, ainda, que o plano proposto por Donald Trump exclui explicitamente o deslocamento forçado de habitantes de Gaza e põe termo a qualquer perspetiva de anexação ou ocupação.
O porta-voz acrescentou que as partes já acordaram cerca de 20 princípios fundamentais, embora tenha reconhecido que “o diabo está nos detalhes, como se diz em inglês”.
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O historiador Bruno Cardoso Reis diz que há “razões para desconfiar da posição de fé do Hamas” nas negociações.
Ouça aqui a análise no Gabinete de Guerra
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O Hamas exige que Israel entregue os corpos dos seus líderes mortos, Yahya e Muhammad Sinwar, juntamente com prisioneiros e detidos palestinianos, em troca dos 48 reféns ainda mantidos em Gaza.
A notícia foi avançada pelo The Wall Street Journal, que recorda que este pedido já tinha sido feito anteriormente (e rejeitado por Israel).
Esta será uma das componentes das negociações indiretas sobre a proposta que decorrem, neste momento, no Egito. O plano de paz proposto pelo Presidente norte-americano Donald Trump prevê a libertação dos reféns — dos quais cerca de 20 estarão vivos — no prazo de 72 horas, em troca de 250 prisioneiros condenados a prisão perpétua, 1.700 detidos desde o ataque de 7 de outubro e os restos mortais de 15 palestinianos por cada refém morto.
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A coligação Freedom Flotilla-Thousand Madleens, que se dirige para Gaza com nove navios, com o objetivo de furar o bloqueio israelita, declarou nesta quarta-feira que algumas das embarcações foram intercetadas esta madrugada pelo exército de Israel.
Através das redes sociais, a flotilha indicou que, às 3h38 (horário de Lisboa), oito navios militares israelitas cercaram os navios em águas internacionais e que pelo menos dois foram intercetados, sendo que, por volta das 4h00, também o veleiro Milad foi atacado e intercetado.
O exército israelita não tem jurisdição legal em águas internacionais. A nossa flotilha não representa qualquer ameaça. Estamos a transportar ajuda vital no valor de mais de 110.000 dólares [cerca de 94.000 euros] em medicamentos, equipamento respiratório e suplementos nutricionais para os hospitais de Gaza”, referiu a iniciativa.
A flotilha, com uma tripulação de cerca de 140 pessoas, já esperava que os navios fossem intercetados no Mediterrâneo, tal como aconteceu com a Global Flotilla Sumud, que zarpou quase um mês antes da Freedom Flotilla.
Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita condenou nas redes sociais a “tentativa fútil” de “penetrar numa zona de combate”, indicando que “os navios e os passageiros foram transferidos para um porto israelita” e “devem ser rapidamente expulsos”.
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Bom dia.
Vamos concentrar neste artigo liveblog todas as últimas notícias relacionadas com o conflito no Médio Oriente, ao longo desta quarta-feira.
Deixamos, aqui, a ligação para o liveblog de ontem, terça-feira, que terminou com a informação de que o Governo vai cobrar aos ativistas o valor da viagem de regresso.
Muito obrigado por nos acompanhar.
observador